Pedido de testes do imunizante já foi protocolado na Anvisa.
Será necessária a vacinação frequente contra a covid-19? Quem tomou duas doses precisará de um reforço? As variantes vão exigir novas vacinas? Essas perguntas continuam sem uma resposta definitiva da comunidade científica, mas pesquisadores brasileiros já trabalham em novos projetos de vacinas que poderão suprir possíveis demandas futuras e dar maior independência ao país para manter sua população imunizada.
É o caso da vacina SpiN-Tec contra a covid-19, que teve seu pedido de testes em humanos protocolado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no fim de julho, por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
O imunizante começou a ser desenvolvida em março do ano passado pelo CTVacinas da UFMG, em parceria com a Fiocruz Minas, e recebeu apoio do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações. Como o Brasil já encomendou mais de 600 milhões doses de outras vacinas contra covid-19 para o ano de 2021, a conclusão dos testes da SpiNtec, em 2022, deve ocorrer com a população já amplamente vacinada. Mesmo assim, a pesquisa segue com a perspectiva de que a vacina mineira possa ser usada como reforço para pessoas já imunizadas.
Dose de reforço
Um dos pesquisadores responsáveis pela SpiN-Tec, o professor Flávio da Fonseca explicou, em entrevista coletiva no início deste mês, que os testes em humanos vão buscar calibrar um esquema de doses para que o imunizante seja aplicada em quem já se vacinou.
Nos testes em laboratório, em animais, os pesquisadores usaram um esquema de duas doses, com intervalo de 21 dias, mas, para os estudos clínicos, haverá a avaliação se uma dose basta para reforçar a imunização.
Outra preocupação dos pesquisadores ao planejar o desenvolvimento da vacina foi com as mutações do novo coronavírus. Desde o início da pandemia, já foram identificadas inúmeras novas cepas do SARS-CoV-2, entre elas as variantes de preocupação Alfa, Beta, Gama e Delta, mais transmissíveis e com possíveis impactos na efetividade das vacinas.
Integrante da equipe de pesquisadores, Santuza Teixeira esclareceu que é impossível fazer uma previsão de efetividade contra as variantes. A cientista explicou que uma das estratégias para enfrentar esse problema foi escolher uma proteína viral que tem sofrido menos mutações para compor a combinação de proteínas contida na vacina.
Sempre que os vírus se multiplicam, eles podem sofrer mudanças em sua estrutura. Quando essas alterações passam a representar uma vantagem na replicação, essa nova estrutura tende a se multiplicar mais que as outras, tornando-se dominante. Foi isso o que ocorreu no Brasil com a disseminação da variante Gama (P.1), no início de 2021, e novamente pode ocorrer com a variante Delta.
Como nossas células de defesa são produzidas “sob medida” para atacar formas específicas do vírus, essas mudanças, em alguns casos, também podem permitir que o microorganismo escape. Por isso, a escolha de uma proteína mais estável, como a proteína N, é uma estratégia para minimizar esse risco.
Fonte: Agência Brasil
Leste avança para a onda verde e estado passa a ter 10 das 14 macrorregiões na fase mais flexível do Minas Consciente
Circulação do vírus atinge menor nível desde fevereiro e solicitações de internação diminuem 32% em um mês
O Comitê Extraordinário Covid-19, grupo de trabalho que acompanha a pandemia, aprovou o avanço da macrorregião Leste para onda verde do Minas Consciente.
O progresso para a fase mais flexível do plano de retomada gradual e segura das atividades econômicas foi possível porque os índices de monitoramento da doença estão apresentando melhorias há três semanas seguidas.
Assim, a macro Leste se junta ao Centro, Centro-Sul, Oeste, Sul, Sudeste, Vale do Aço, Jequitinhonha, Norte e Noroeste, que já estavam na onda verde.
Na onda amarela permanecem Nordeste, Leste do Sul e Triângulo do Norte.
Já o Triângulo do Sul é a única localidade que continua na onda vermelha devido ao aumento da incidência da doença e alta na ocupação de leitos. Por conta da situação mais delicada, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) irá fazer um acompanhamento mais profundo na macrorregião para tentar reverter o cenário.
Panorama em Minas
Os números gerais relacionados à pandemia em Minas seguem em tendência de desaceleração. A incidência teve queda de 18% nos últimos 14 dias; a positividade, que indica como está a circulação do vírus, atingiu o menor patamar desde fevereiro. Outro dado, que também reflete maior controle do coronavírus, diz respeito às solicitações de internação que diminuíram 32% em um mês. Hoje, o número de pacientes aguardando leitos é de 33.
O secretário de Estado de Saúde, o médico Fàbio Baccheretti, destaca que o avanço da vacinação tem gerado um efeito cascata em todos os indicadores.
“Com o aumento da imunização, temos percebido que tudo está melhorando. As curvas de hospitalizações e a ocupação de leitos estão caindo. O vírus está circulando menos, mas isso não significa que devemos baixar a guarda. É importante que todos procurem a imunização e tomem todas as doses. Todas as vacinas são eficazes e salvam vidas’’, ressaltou.
Variante Delta
Quanto à preocupação com a circulação da variante Delta no estado, o secretário de Saúde informou, durante a reunião do Comitê Covid, que nove microrregiões estão realizando testes genômicos para mapear a mutação do vírus.
Conforme a última atualização da pasta, até essa quarta-feira (11/8), eram 11 confirmações.
Os casos estão sendo investigados junto aos municípios para avaliação do histórico dos pacientes e seus contatos. Dessa forma, ainda não é possível afirmar que existe transmissão comunitária da variante Delta em Minas.
As ações de vigilância e monitoramento foram reforçadas a fim de coibir a disseminação da variante no estado.
Matéria atualizada às 12h45 do dia 12/8/2021. O Minas Consciente é atualizado semanalmente e o protocolo poderá sofrer alterações conforme a evolução da pandemia no estado.
Fonte: desenvolvimento.mg.gov